A defesa de Terezinha de Jesus Guinaia, avó de Eduarda Shigematsu, se pronunciou pela primeira primeira vez nesta sexta-feira (3). Os detalhes foram repassados pelo advogado da mulher, Mauro Valdevino.
Terezinha relatou que pediu a guarda da criança após o Conselho Tutelar descobrir que a menina sofria maus tratos quando tinha por volta de três anos.
Segundo a denúncia, os pais deixavam a criança trancada em casa, com uma chupeta presa na boca por um esparadrapo, para evitar que ela chorasse e alertasse os vizinhos. Na época, Eduarda morava com os pais, que eram os responsáveis legais.
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Diante dos maus tratos, a justiça concedeu a guarda de Eduarda à avó, e as duas foram morar em uma chácara em Rolândia. Lá, Eduarda foi rodeada de mais episódios de violência.
Na propriedade, moravam Eduarda, Terezinha e seu companheiro, que tinha desentendimentos frequentes com Ricardo Seidi, pai da menina. O motivo da discordância seria a insistência de Seidi em guardar carros no local. Na semana passada, a polícia encontrou na chácara dois veículos com alerta de furto e roubo, que seriam utilizados para desmanche e venda de peças.
O companheiro de Terezinha foi morto brutalmente por espancamento. As circunstâncias do crime não foram reveladas. Após a morte, avó e neta foram morar em uma edícula nos fundos da casa de Ricardo em Rolândia, onde a menina foi supostamente assassinada.
Avó queria transferir patrimônio para Eduarda
Os conflitos entre Terezinha e Ricardo também eram motivados por questões financeiras. Na avaliação de Terezinha, seu filho estaria dilapidando o patrimônio deixado pelo pai dele à família. Por isso, a avó manifestou interesse em repassar parte dos seus bens para o nome da neta. Assim, o pai não poderia usufruir do patrimônio até que a menina completasse 18 anos. A morte de Eduardo, no entanto, impediu que isso acontecesse.
O advogado Mauro Valdevino ressaltou que sua cliente não vê o conflito financeiro como motivação para que o pai tirasse a vida da filha. A Polícia Civil ainda não se manifestou em relação ao motivo. Segundo Valdevino, Terezinha - assim como os investigadores - acredita que foi Ricardo quem matou Eduarda, mas não sabe afirmar a razão para o possível homicídio.
Valdevino afirmou esperar que a justiça decida pela soltura de Terezinha, que está detida desde quarta-feira (1) 3º Distrito Policial. Ele sustenta que sua cliente é inocente. "As câmeras já mostraram que ela não estava na residência no momento do crime".
Ele também ressalta que a avó não sabia da morte da neta quando registrou o desaparecimento. "Terezinha passou o dia procurando Eduarda. A iniciativa de ir à polícia foi de Ricardo, que chamou a mãe para fazer o boletim de ocorrência", ressaltou.